
A seletividade alimentar é muito comum na infância, especialmente entre 2 e 6 anos, mas quando ela persiste, se intensifica ou começa a comprometer a nutrição e a rotina da família, é fundamental investigar.
O que é seletividade alimentar?
A seletividade ocorre quando a criança restringe seu repertório alimentar, aceitando apenas poucos alimentos, texturas ou formas de preparo.
Não é “manha”, e muito menos sinônimo de má educação alimentar. Trata-se de um comportamento multifatorial.
Principais sinais de alerta
- Aceitar somente 5 a 10 alimentos
- Rejeitar alimentos novos sem experimentar
- Recusar texturas específicas (pedaços, crocantes, molhados)
- Comer apenas alimentos “brancos” ou sempre da mesma cor
- Vomitar ou ter ânsia diante de certos alimentos
- Ficar irritada ou ansiosa na hora da refeição
- Demorar muito ou evitar sentar-se à mesa
O que causa seletividade alimentar?
As principais causas incluem:
- Alterações sensoriais
A criança pode ter hipersensibilidade ao cheiro, sabor, consistência ou temperatura.
- Dificuldades motoras orais
Problemas na mastigação, movimentação da língua, força dos lábios e coordenação da deglutição podem levar a rejeições.
- Experiências negativas
Engasgos, refluxo, dor ou vômitos anteriores criam associação negativa com comer.
- Comportamento aprendido
Reforços involuntários dos adultos podem manter o ciclo de recusa.
Quando procurar um fonoaudiólogo?
- Repertório alimentar muito reduzido
- Dificuldade persistente com texturas
- Rejeição que interfere no crescimento
- Estresse nas refeições
- Histórico de engasgos
- Alterações motoras orais identificadas
- Impacto na rotina da família
Como a fonoaudiologia ajuda?
✓ Reeducação sensorial
Exposição gradual e positiva aos alimentos.
✓ Terapia de motricidade orofacial
Fortalecimento de músculos, adequação da mastigação e da deglutição.
✓ Orientação para pais e cuidadores
Como apresentar novos alimentos, postura correta, ambiente de refeição.
✓ Protocolos baseados em evidências
Análise funcional, dessensibilização, progressão de texturas, interação lúdica.
Portando, a seletividade alimentar não precisa ser motivo de culpa — mas é importante ser observada com cuidado.
Quando existe suporte profissional, a criança aprende a explorar novos sabores, amplia seu repertório e fortalece sua autonomia, garantindo uma alimentação mais nutritiva e funcional.


